quinta-feira, 31 de março de 2016

Conheça o poema ‘profético’ de Drummond sobre o desastre de Mariana (no Rio Doce)

Lira Itabirana

O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.

Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!

A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.

Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos

Sem berro?

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

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