Um jumento, ao voltar
para o estábulo onde ficava confinado com outros de sua espécie, encontrou sua
mãe e logo foi falando de uma experiência que vivera ao levar um homem para uma
cidade. Dizia, todo feliz, que nunca tivera tanta honra, que as pessoas o
saudavam, passavam as mãos pelos seus pêlos, estendiam tapetes por onde passava
e que faziam reverência e abanavam folhas de palmeiras. A mãe olhava para o
filho com um olhar terno, sem querer interromper sua narrativa. Porém começou a
ficar impaciente quando o pequeno jumento, todo esnobe, começou a se dar uma
importância exagerada, dizendo que era o melhor condutor de homens, era o
preferido, era saudado e reverenciado, que não havia outro jumento como ele,
que era o rei de sua espécie. Aproveitando uma pausa do falastrão, a mãe
pergunta quem ele estava levando nas costas. Rapidamente ele responde que era
um tal JESUS, mas isso não vinha ao caso e retomou a tagarelice, chamando a
atenção dos outros jumentos. Aí a mãe proprõe a ele que voltasse um dia àquela
cidade para apurar e comprovar sua popularidade. Então chegou o dia esperado e
o jumento foi escalado para levar dois sacos de mantimentos e seguir uma grande
caravana. Mas, ao chegar na cidade não aconteceu nada do que esperava, as
pessoas passavam por ele e nem o percebiam, parecia invisível. Seguia o caminho
indicado e esperava alguma manifestação mais adiante, mas nada aconteceu.
Chegaram a empurrá-lo e foi até maltratado quando arriscou uma olhadela pelos
becos mais escuros. Entristeceu e voltou ao estábulo cabisbaixo. Sua mãe
percebeu sua tristeza e esperou que ela passasse para depois falar com ele.
Quando se sentiu mais seguro, o pequeno jumento aproximou-se de sua mãe e
manifestou sua indignação. A mãe, como sempre terna, como todas as mães, olha
para o filho inconsolável e diz mansamente: Filho, você sem esse tal JESUS, não
passa de um simples jumento!
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