As meninas de 11 a 13 anos de idade já estão sendo vacinadas contra o vírus HPV em todo o Brasil. O vírus é responsável por causar câncer do colo de útero. Como o vírus é transmitido sexualmente, a vacina deve ser aplicada antes do inicio da vida sexual.
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, Carla Domingues, explica que a vacina é segura e não oferece risco à saúde das meninas. "Já existem mais 175 milhões de doses aplicadas e não existe nenhuma evidência de relatos de que essa vacina tenha causado algum evento grave associado à vacina", comenta a coordenadora.
O câncer do colo do
útero tem estimativa de 15.590 novos casos em 2014 no Brasil. Em 80% deles, há
associação com o HPV e pelo menos 5.160 mulheres vão morrer, segundo o
Instituto Nacional de Câncer (Inca). É o terceiro tumor mais
frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal,
e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no país. Se diagnosticado
e tratado precocemente, há praticamente 100% de chance de cura.
A vacina contra o
HPV é utilizada como estratégia de saúde pública em 53 países, incluindo
Estados Unidos, Austrália, Canadá, Inglaterra, México, Colômbia e Suíça. Em 126
nações, no total, sua comercialização também é liberada. No entanto, não se deve transferir o contexto de um país para outro, pois as reações variam entre as populações, de acordo com características
genéticas, hábitos de vida e fatores ambientais. “É claro que, como em todo e
qualquer medicamento e vacina, existe a possibilidade de efeitos adversos. E é
natural que os pais queiram saber mais sobre eles. Mas é preciso diferenciá-los
de lendas urbanas. Pessoas que têm algum tipo de reação alérgica a levedura e
fungos encontrados em fermento de pão, por exemplo, não devem ser vacinadas.
Além do Ministério
da Saúde e das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Ginecologia e Imunização,
que já se manifestaram para rebater as críticas, médicos de outras
especialidades, como a oncologia, se mostram preocupados com o que chamam de
‘contra-propaganda’ direcionada à campanha que começou na internet e estendeu-se pela tv.
Sobre a Vacina contra o HPV:
Estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
2. A vacina será oferecida no SUS?
Sim. A vacina HPV será ofertada para meninas e pré-adolescentes entre 09 a 13 anos, nas unidades básicas de saúde e também em escolas públicas e privadas, de forma articulada com as unidades de saúde de cada região.
No entanto, a sua implantação será gradativa. Em 2014, a população alvo da vacinação contra HPV será composta por adolescentes do sexo feminino na faixa etária de 11 a 13 anos. Em 2015, serão vacinadas as adolescentes na faixa etária de 9 a 11 anos e a partir de 2016, serão vacinadas as meninas de 9 anos de idade.
3. Qual é o objetivo estabelecido pelo Ministério da Saúde com a vacinação contra HPV?
O objetivo da vacinação contra HPV no Brasil é prevenir o câncer de colo do útero, refletindo na redução da incidência e da mortalidade por esta enfermidade.
4. Por que o Ministério da Saúde estabeleceu a faixa etária de 9 a 13 anos para a vacinação?
Nas meninas entre 9 a 13 não expostas aos tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, a vacina tem eficácia de 98,8%. A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início da atividade sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus.
Estudos também verificaram que nesta faixa etária a vacina quadrivalente induz melhor resposta quando comparada em adultos jovens, e que meninas vacinadas sem contato prévio com HPV têm maiores chances de proteção contra lesões que podem provocar o câncer uterino.
5. Quantas doses são necessárias para a imunização?
Para receber a dose, basta apresentar o cartão de vacinação ou documento de identificação. Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção, sendo que a segunda, seis meses depois, e a terceira, cinco anos após a primeira dose.
6. A vacinação contra HPV substituirá o exame de Papanicolaou?
Não. É importante lembrar que a vacinação é uma ferramenta de prevenção primária e não substitui o rastreamento do câncer de colo do útero em mulheres na faixa etária entre 25 e 64 anos. Assim, as meninas vacinadas, só terão recomendação para o rastreamento quando atingirem a faixa etária preconizada para o exame Papanicolaou e já tiverem vida sexual ativa.
É imprescindível manter a realização do exame preventivo (exame de Papanicolaou), pois as vacinas protegem apenas contra dois tipos oncogênicos de HPV, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero. Ou seja, 30% dos casos de câncer causados pelos outros tipos oncogênicos de HPV vão continuar ocorrendo se não for realizada a prevenção secundária, ou seja, pelo rastreamento (exame Papanicolaou).
7. A vacina contra HPV pode ser administrada concomitantemente com outra vacina?
A vacina HPV pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação do PNI, sem interferências na resposta de anticorpos a qualquer uma das vacinas. Quando a vacinação simultânea for necessária, devem ser utilizadas agulhas, seringas e regiões anatômicas distintas.
Esta não é a primeira nem a última vez que surgem
dúvidas em relação a vacinas, mas é importante avaliar bem a fonte das informações
antes de tomar as decisões.
Leia aqui a declaração conjunta da Sociedade Brasileira de Imunização e
da Sociedade Brasileira de Pediatria: www.sbim.org.br
Leia também o posicionamento da
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia
(Febrasgo): www.febrasgo.org.br
Fontes: http://www.blog.saude.gov.br/
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