segunda-feira, 15 de novembro de 2010

OS URUBUS E SABIÁS (Texto Pedagógico)

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza, eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão de mandar nos outros.
Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamavam por Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
“__Onde estão os documentos dos seus concursos?” E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam, simplesmente...
 “__Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.” E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se ouve canto de sabiá.
                                                       Rubem Alves
                                                         
                                                  AVE: SABIÁ

Nome comum: Sabiá laranjeira
Nome científico: Turdus rufiventris
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe; Ave                         
Ordem: Passeriformes
Família Turdidae
Onde é encontrado: Sua distribuição ocorre  em  todo   território brasileiro .
Tempo de vida: em torno de 30 anos
Nº de filhotes: número de ovos de cada postura é quase sempre 2, às vezes 3. Cada fêmea choca 3 vezes por ano, podendo tirar até 6 filhotes por temporada.
Características: O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e sai do ninho também aos treze dias de idade . O sabiá adulto mede 25cm de comprimento e pesa
 68g o macho  e  a fêmea 78 g. Tem plumagem parda, com exceção da região do ventre, destacada pela cor vermelho-ferrugem, levemente alaranjada, e bico amarelo-escuro. Não há dimorfismo sexual, pois, ambos são iguais.
É ave de canto muito apreciado, que se assemelha ao som de uma flauta. Canta principalmente ao alvorecer e à tarde. O canto serve para demarcar território e, no caso dos machos, para atrair a fêmea. A fêmea também canta, mas numa frequência bem menor que o macho.
O canto do sabiá-larajeira é parcialmente aprendido, havendo linhagens geográficas de tipos de canto, e se a ave conviver desde pequena com outras espécies, pode ser influenciada pelo canto delas e passar a ter um canto “impuro”. 
Sua nutrição se compõe basicamente de insetos, larvas, minhocas, e frutas maduras, incluindo frutas cultivadas como o mamão, a laranja e o abacate. Come coquinhos de várias espécies de palmeiras e de espécies introduzidas, como o dendê. Cospe os caroços após cerca de uma  hora, contribuindo assim para a dispersão dessas palmeiras, comportamento apresentado também por outros sabiás.
Pode fazer seu ninho - uma tigela profunda de argila e folhas secas - em beirais de telhados. A construção de ninhos pode se tornar confusa em certas ocasiões: quando o local escolhido é formado por vãos entre numerosos suportes iguais de um telhado, o sabiá-laranjeira pode construir vários ninhos ao mesmo tempo, por confundir os vãos. Põe ovos verde-azulados com pintas roxas.
Macho e fêmea constroem o ninho juntos utilizando gravetos, fibras vegetais e barro, onde a fêmea coloca de 3 a 4 ovos, de coloração esverdeada com pintas cor de ferrugem. O período de incubação dura em torno de 13 dias. 
Na natureza, é encontrado em casais e grupos familiares quando em processo de criação. É uma ave de ambientes abertos, preferindo viver em bordas de matas, pomares, capoeiras, entorno de estradas, praças e quintais, sempre por perto de água abundante. É um pássaro territorial: demarca uma área geográfica quando está em processo de reprodução e não aceita a presença de outras aves da espécie. Começa a cantar antes mesmo de clarear o dia.

17 comentários:

Romair disse...

As vezes a prepotência de seres que se acham donos da razão, simplismente por ostentar status diante da sociedade, acaba oprimindo talentos natos.

edmarmatemático disse...

O texto é muito interessante, pois, mostra como é muito bom ter conhecimento e mostra a realidade das coisas hoje.

DALVANICE COSTA disse...

Acho que os sabiás tinham tanto direitos a floresta e a cantar quanto os urubus, que nem mesmo sabem cantar, mas o que vale é o diploma e é por isso estamos todos aqui, ralando para consegui-los, pois, deles dependemos para consegui uma melhor remuneração. Hoje em dia o diploma é tudo no desenvolvimento profissional das pessoas, mas também não é somente diplomas devemos também está bem preparado para a competitividade do mercado de trabalho e acho que foi isso que o texto "OS URUBUS E SABIÁS" quiz relatar.

Dalvanice Costa da Costa

Domingos Barros Oliveira disse...

A fábula do texto é bem interessante, pois deixa claro que o mais importante na vida do indíviduo não é um diploma, mais sim sua capacidade em desenvolver suas habilidades e que nada adianta querer foçar a barra em algo que você não se identifica e que procura ocupar esse lugar puro e simplesmente para adquirir status.

Informax disse...

Muito bom o texto, mais os urubus foram muito injusto para com os sabiás, eles não deveriam espulsá-los somente por que eles não haviam passado por uma "escola". Isso é inveja e egoismo.

PEDAGOGA - INFORMÁTICA disse...

As pessoas, na atualidade, como seus antepassados, construíram um hábito curioso de assemelhar a figura humana a animais. Mas o interessante é a reflexão que podemos fazer a partir de duas figuras da fauna: os sabias e os urubus. De um lado o nobre sabia pássaro imponente, que canta e encanta com sua forma de “melodiar”, já na outra extremidade, o urubu, figura vista com olhos de rejeição, identidade pesada que tenha a missão de profetizar o que desagrada. “comprarmos” as pessoas pela embalagem correu o risco de levar para dentro de nosso interior o que não é bom, agora, se olhando com amplitude, enxergamos a condição humana de nosso semelhante podemos não ter a mais fina embalagem em nossas mãos, porém o mais raro conteúdo. Estamos longe de viver em um meio inclusivo, de paz integral, mas é preciso começar, aqui e agora, pelas nossas atitudes, sem culparmos o outro de uma tarefa que é exclusivamente nossa, pois quem virar as costas ao acolhimento estará virando as costas à utopia possível de vermos acontecer dias melhores.

NATU-INFORMÁTICA disse...

O texto relata, que não é só no espaço escolar que se adquiri conhecimento, e sim que aquisição do mesmo vai além dos muros escolar

Paulo Henrique disse...

O texto é muito bom, pois reflete o meio social em que vivemos.
Comparando ao texto, para conseguirmos hoje sermos alguém de influência no meio que estamos inseridos, temos que estudar muito para que sejamos titulados.
Por tanto, apesar de que o diploma não seja sinônimo de talento,também é assim que funciona a hierarquia da sociedade.

ROSANE disse...

O texto relata que os urubus tinham muita inveja dos sabiás por serem bons cantores.

Eliane feliciano da silva disse...

Mediante ao texto como os urubus se dedicacaram e foram diplomados cantores, eles mereciam seu título,mas cometeram uma premenda injustiça com os sábias.Pois deveriam ter se aliados ao grupos de sábias e formado um grande grupo de cantores.

jecipedinfor disse...

Esse texto é bem a cara da nossa realidade, pois hoje o que importa realmente é um "diploma." Você pode até ser bom e dominar determinado assunto,mas se não tiver experiência "de nada adianta" porque em um mercado competitivo a qual
estamos vivendo é um querendo derrubar o outro. Salve-se quem puder.

paula2011 disse...

penso que cada indivíduo já nasce com dom cabe a cada um aperfeiçoá-lo ou seja não vale apena investir em algo que não temos vocação.

Alyne Jardim das Letras disse...

Esse texto retrata a forma com que muitos profissionais atuam na educação.Muitos se acham detentores do conhecimento absoluto e se preocupam apenas com o ensino metodico e se esquecem da sensibilidade humana do prazer das coisas simples da importância do ato de educar.Uma formação especifica em sua área de atuação é importante, mas não substitue o talento, o amor e a sensibilidade que envolve o ato de educar.

alex-informatica disse...

A historia dos urubus sabiás acontecem numa terra distante no tempo em que os bichos falavam, com essa vantagem os urubus queria si tornar grandes celebridade da musica na época,convidaram os sabiás e canários para ser professor de musica com isso só poderia cantar quem tinha documento de licença.

mariapedagogaparfor disse...

O texto relata uma história de competição entre pássaros que na nossa realidade não é diferente, hoje o que vale não é o conhecimento própriamente dito, como dos sábias e pintassilgos, mas sim o diploma e também as aparencias.

maria disse...

O texto narra uma história intertessante e nos mostra que o cnhecimento não se adquire só na escola,e que devemos valorizar o conhecimento informal, mas hoje no mundo capitalista, as vezes se da mais valor o status e o diploma que a pessoa ostenta do que o conhecimento propriamente dito.

sandrainforped disse...

Essa historia retrata a sociedade em que vivemos onde o que vale e o diploma e nâo a experiência do individuo passando por cima da capacidade de cada um.

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